“Não aceitaremos provocações”, diz o senador José Agripino sobre depoimento de Dilma hoje.

por Antonio Daniel da Silva publicado 29/08/2016 08h51, última modificação 29/08/2016 08h51

Os senadores da base aliada do governo do presidente em exercício, Michel Temer, se reuniram na manhã deste domingo. Eles discutiram como vão abordar a presidente afastada Dilma Rousseff e a ordem de quem vai fazer as perguntas. Eles escalaram nomes de mais representatividade para serem os primeiros.

Nomes de mais representatividade foram escalados para serem os primeiros. O relator do processo de impeachment no Senado, Antônio Anastasia (PSDB-MG), vai ser o quinto. O líder do governo na Casa, Aloysio Nunes (PSDB-SP), o sétimo. O presidente do PSDB nacional, Aécio Neves, será o 11º.

Até agora, 47 dos 81 senadores estão inscritos para fazer perguntas durante o depoimento da petista. A primeira será feita pela senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), uma das mais ferrenhas defensoras de Dilma. Do lado favorável ao impeachment, falará primeiro a senadora Ana Amélia (PP-RS).

Segundo Aécio Neves, as perguntas se delimitarão aos assuntos técnicos dos motivos do impeachment, como a edição de decretos suplementares e as chamadas pedalada fiscais, que são atrasos no repasse a bancos públicos. Ele disse que quem dará o tom será a presidente.

“Vamos tratar a presidente afastada com todo respeito que ela merece como pessoa e como presidente, mas não vamos aceitar provocações. Se existirem, serão respondidas à altura”, disse o senador José Agripino (DEM-RN).

Protagonista dos principais estranhamentos nos primeiros dias do julgamento, Caiado foi questionado sobre como será sua reação caso os petistas o provoquem. Respondeu que “para cada ação, tem uma reação”. “O risco que corre o pau, corre no machado”, disse o senador, citando um ditado, segundo ele, goiano.

O depoimento da presidente afastada está marcado para começar às 9 horas. Ela terá 30 minutos para fazer uma exposição inicial, tempo que pode ser prorrogado. Em seguida, os senadores terão cinco minutos para fazer suas perguntas. A presidente não tem um tempo delimitado para as respostas.

Segundo os senadores, eles usarão o tempo não só para questioná-la sobre os pontos do processo, mas também para fazer análises sobre a atual conjuntura, uma consequência, de acordo com eles, da administração petista.

Os apoiadores do impeachment esperam que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, estabeleça limites para a fala de Dilma. No entanto, o magistrado não deve interromper a presidente afastada, uma vez que isso pode ser considerado, juridicamente, cerceamento de liberdade da defesa da ré.


Publicado em Política em foco, por Blog Política em Foco