Cunha diz que crise política é a que pode trazer maiores consequências.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta segunda-feira, 13, que a crise econômica que o Brasil atravessa é “passageira” e que a crise política vivida é a que pode trazer maiores consequências para o País. “A gente vê com preocupação. Não podemos negar que estamos num momento muito delicado da vida pública brasileira, da vida política brasileira. E que a gente vive uma crise política e econômica”, disse, ao receber a Medalha Mérito Rural 2015, concedida pela Sociedade Rural Brasileira (SRB), na capital paulista.
Em um discurso no qual traçou um panorama da situação atual do Brasil, Cunha disse que trabalha na Câmara para responder aos anseios da sociedade e frisou que o risco de o País perder o grau de investimento também está mais ligado à situação política. “Se a gente vive questionando o grau de investimento, ele se dá por condições econômicas, mas se dá muito mais por condições políticas”, disse.
Para Cunha, dificilmente alguém vai rebaixar o grau de investimento do Brasil somente pelas dificuldades econômicas momentâneas, porque as agências de classificação sabem que o Brasil tem capacidade de crescer e reverter o atual processo econômico. “Mas a dificuldade política, que pode levar ao agravamento do quadro econômico, isso sim pode levar a uma redução de grau de investimento. Isso é o mais perigoso de tudo”, completou.
Cunha lembrou o processo eleitoral de 2014 e disse que nesta última eleição o PT venceu sem ter uma hegemonia que havia tido nos três pleitos anteriores. “O processo eleitoral não teve hegemonia, por isso passou a ter essa contestação”, disse.
Para uma plateia formada por empresários e políticos paulistas, o presidente da Câmara afirmou ainda o governo da presidente Dilma Rousseff, após a eleição, gerou “uma crise de credibilidade”. “E essa crise de credibilidade também acabou sendo contaminada pela política na medida em que alguns erros na articulação política foram cometidos”, disse citando o episódio de sua eleição para a presidência da Câmara, quando o governo lançou o candidato Arlindo Chinaglia (PT-SP). “Esse embate político claro que teve sequelas, não comigo obviamente, mas sequelas do embate propriamente dito.”
Publicado em Tribuna do Norte, por Blog Tribuna do Norte