Falta de água no Oeste pauta debate na Assembleia.

por Antonio Daniel da Silva publicado 22/05/2015 08h52, última modificação 22/05/2015 08h52

A crise hídrica que afeta o Rio Grande do Norte, sobretudo as regiões Oeste e Alto Oeste foi o tema central discutido na sessão plenária de ontem da Assembleia Legislativa. Os deputados Galeno Torquato (PSD), Getulio Rego (DEM) e Raimundo Fernandes (PROS), representantes das regiões mais afetadas, se manifestaram ontem á tarde a respeito do problema que afeta inúmeros potiguares e cobraram providências para solucionar a crise.

O primeiro a se manifestar foi o debutante na Casa, deputado Galeno Torquato cobrou medidas mais efetivas para o combate da seca que atinge o Rio Grande do Norte, em especial, os municípios da região Oeste.

Torquato, em seu pronunciamento, chamou a atenção para o colapso vivido pela escassez da água no município de Pau dos Ferros, que vem sendo abastecido por intermédio de uma adutora de engate rápido, que trata-se de medida paliativa que não tem suprimido a demanda real. “A crise hídrica é muito séria. A barragem que abastecia Pau dos Ferros e através de uma adutora fornecia ainda água para outros 18 municípios está em colapso total. Todos os outros reservatórios que abasteciam os municípios daquela região como, por exemplo, o açude do Bonito, em São Miguel, também estão secos”, alertou o deputado Galeno Torquato.

O parlamentar e primeiro-secretário da Mesa Diretora do Poder Legislativo norte-rio-grandense defendeu a união da classe política do Rio Grande do Norte em torno do assunto. Segundo ele, os agentes políticos em todas as suas esferas precisam somar esforços no sentido de buscar soluções que não sejam apenas provisórias ou paliativas para se resolver em caráter definitivo a crise hídrica que assola o interior do Rio Grande do Norte.

“É preciso que o governo se una junto à classe política, falo da bancada estadual e federal para que possamos encontrar uma solução a curto prazo. Essa crise deve se agravar cada vez mais. A Barragem Armando Ribeiro, em Assú, só deve ter água até setembro do ano que vem e a de Santa Cruz até fevereiro. Então, o problema é grave”, revelou o parlamentar do PSD.

Outro representante oestano no Palácio José Augusto que se pronunciou a respeito dos constantes problemas de abastecimentos nos municípios da região foi o deputado estadual Getúlio Rego. O parlamentar do Democratas fez criticas duras quanto a morosidade na conclusão das obras do Governo Federal direcionadas ao enfrentamento da crise hídrica, destacando principalmente a transposição das águas do Rio São Francisco.

“A obra de transposição do Rio São Francisco se arrasta a passos de tartaruga. Precisamos de um milagre que traga chuva para só assim diminuir os efeitos nocivos do drama que a população de diversos municípios do Rio Grande do Norte estão sofrendo”, destacou Getúlio, afirmando que a frustração reiterada dos compromissos do Governo Federal é um dos principais fatores para a crise hídrica do Estado.

“Eu me alio as iniciativas e ações em busca de soluções para o problema da falta de água no Rio Grande do Norte”, anunciou Getulio Rego.

Para o deputado Raimundo Fernandes, último orador a abordar a questão da falta de água que afeta o interior do Rio Grande do Norte, a região do Alto Oeste potiguar é muito sofrida, pois além da falta de água para o abastecimento de algumas cidades, a insegurança está proporcionando um clima de terror para a população. “A população de São Miguel está sem um pingo de água. Dá pena ver o cidadão pagando R$ 250 para ser abastecido por um carro pipa. Além disso, a ousadia dos marginais está amedrontando a região do Alto Oeste por causa da falta de policiamento e de estrutura de segurança”, afirmou o deputado estadual Raimundo Fernandes.

Segundo o deputado, ele vem recebendo relatos diários de pessoas que foram agredidas ou que tiveram parentes vítimas da violência na Região. Raimundo denominou de Rota do Medo, as rodovias entre as cidades de Triunfo Potiguar, Campo Grande, Messias Targino, Patu e Paraú.  “É preciso ter coragem para andar por ali. O caso é grave e o povo está pedindo socorro. O Oeste sem lei está imperando outra vez. É preciso mais policiais e mais estrutura”, asseverou. O deputado foi aparteado pelos colegas Ricardo Motta (PROS), José Dias (PSD), Getúlio Rego (DEM), Nelter Queiroz (PMDB) e Kelps Lima (SDD), todos eles concordando que a região está insegura.

 

Publicado em Gazeta do Oeste, por Blog Gazeta do Oeste.