Fiern se coloca contrária ao aumento de impostos!
Luís Juetê – Da Redação
‘Empresário não pode concordar com aumento de carga tributária”. A afirmação foi feita ontem pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), Amaro Sales. Ao ser entrevistado pelo jornalista Diógenes Dantas, no Jornal da 96 (96-FM/Natal), o dirigente da entidade que representa o setor produtivo norte-rio-grandense colocou-se contrário à proposta do governador Robinson Faria (PSD) de promover reajuste nas alíquotas tributárias em nível de Rio Grande do Norte.
Amaro ressaltou que o seu posicionamento foi replicado por demais dirigentes de entidades representativas do segmento comercial e industrial durante encontro, segunda-feira passada, com o chefe do Poder Executivo.
Ele disse que o encontro foi articulado pelo secretário estadual do Desenvolvimento Econômico, Flávio Azevedo, que antecedeu Amaro Sales no comando da Fiern. “Foi uma audiência interessante e, para se ter uma ideia, durou mais de horas”, avaliou. Sales entende que a discussão em torno do aumento de tributos no Estado não pode estar limitada apenas as instituições. Segundo ele, este debate precisa ser ampliado para as demais esferas da sociedade potiguar. O presidente Amaro Sales foi categórico ao afirmar que a entidade foi pega de surpresa com a proposta levantada pelo Governo do Estado. “O governador trouxe esse decreto e nos surpreendeu porque havia uma manifestação do Governo em não aumentar impostos”, rememorou o presidente da Federação das Indústrias do Estado do RN, frisando que a primeira ação da entidade ao tomar conhecimento da iniciativa governamental foi de reunir os associados para iniciar os debates em torno das medidas a serem encaminhadas pelo Executivo estadual.
Amaro Sales informou que o empresariado reunido na segunda-feira passada fez queixas ao governador Robinson Faria pela maneira brusca como foi apresentado o pacote de medidas fiscais. “O governador Robinson Faria se penitenciou, pediu desculpas pela pressa como a medida foi colocada e pediu desculpas por ter colocado essas medidas sem que houvesse uma discussão prévia”, revelou o presidente Amaro Sales.
O dirigente da Fiern fez críticas ao chefe do Executivo potiguar, ao lembrar que a crise financeira no Rio Grande do Norte é histórica. “O governador Robinson Faria, quando se candidatou ao Governo, sabia que a situação econômica era difícil. “O Estado vem com problemas financeiros e não é de hoje. O governador sabia que, quando ele assumiu, tinha um déficit de R$ 1 bilhão e esse déficit continua pairando sob os cofres do Governo e nós entendemos que precisa ser feita alguma coisa”, analisa.
Amaro lamenta que há quatro décadas não existe um planejamento estratégico em nível de Estado. “Um governo, uma empresa que não planeja o que acontecerá em quarenta anos só dá nisso”, raciocinou, fazendo questão de argumentar que o Rio Grande do Norte está à beira da falência. “É o que chamo de caos. O caos é o Estado deixar de pagar todo mundo”, acrescentou o presidente da Federação das Indústrias.
Segundo ele, esse tipo de situação provoca um impacto sem dimensão no segmento comercial, bem como na indústria e também no setor agrário. O presidente Amaro Sales lembra que o Estado é o principal empregador e, dessa forma, se não houver o pagamento, não existirá a circulação de dinheiro no Rio Grande do Norte. “O Estado tem recursos da ordem de R$ 1,3 bilhão por mês na economia. Isso traz uma preocupação para o empresariado e foi isso que nós fizemos”, destacou Amaro Sales, frisando que o empresariado está se questionando quanto às razões do aumento.
Quanto ao fato de o Governo do Estado ter declarado por intermédio do secretário André Horta de que não existe margem para negociação, foi interpretado pelo presidente da Fiern como sendo a manifestação de um desejo explícito do Executivo norte-rio-grandense. “As federações ficaram de levar aos seus pares, as duas diretorias essa questão para uma discussão mais interna do problema, para sabermos qual direcionamento”, assinala.
Sales entende que, no momento em que o Governo do Estado apresenta um pacote e não oferece alternativas para discussão, cria-se imediatamente alternativas. “O Estado arrecada para muita gente gastar. Existe compulsoriamente o custo do Ministério Público, Tribunal de Justiça, Assembleia Legislativa, do Tribunal de Contas e do próprio Executivo.
“Você fatiar essa verba para que todos possam pagar as suas obrigações é essa alternativa que nós temos que começar a pensar, ou seja, um Estado menor, mais enxuto. Um Estado fazendo regime. A gente chegar um momento onde, antes de se chegar ao caos, o governador prevê e fazer com que a gente possa dar o remédio ao Estado”, comparou o dirigente da Fiern.
Publicado em Gazeta do Oeste, por Blog Gazeta do Oeste.