Fim do centrão tende a encarecer fisiologia.

por Antonio Daniel da Silva publicado 18/07/2016 09h09, última modificação 18/07/2016 09h09

O declínio do prestígio de Eduardo Cunha e a derrota de Rogério Rosso na disputa pela presidência da Câmara esfarelaram o bloco partidário conhecido como centrão. Nesta sexta-feira, o próprio Rosso reconheceu que ‘centrão’ tornou-se uma logomarca tóxica, “um nome pejorativo”. Disse que trabalha pela unificação do condomínio governista. Sem alarde, o Planalto comemora o fato como se fosse uma boa notícia. Será?

Ruim com o centrão, a operação política do governo pode tornar-se pior sem ele. O famigerado bloco congrega pelo menos 12 legendas: PP, PR, PSD, PTB, PROS, PSC, SD, PRB, PEN, PTN, PHS e PSL. Elas têm duas coisas em comum: excesso de interesses e escassez de projetos. Pequenos ou médios, esses partidos se igualam no apetite fisiológico.

Com o centrão, o governo tem a possibilidade de negociar num único balcão. Sem ele, terá de saciar os apetites de uma dúzia de guichês. A pulverização tende a encarecer a manutenção do empreendimento governamental. O assunto parece insignificante. Mas quem paga a conta é você.


Publicado em Política em foco, por Blog Política em Foco