Ministro diz que não há consenso sobre jornada flexível.

por Antonio Daniel da Silva publicado 19/12/2016 11h05, última modificação 19/12/2016 11h05

O governo deve anunciar na próxima semana uma série de mudanças nas regras trabalhistas. O pacote, que ainda está em discussão, prevê a criação da modalidade de contratação por hora trabalhada, com jornada flexível.

Sob esse regime de jornada intermitente, o trabalhador poderá ter mais de um patrão, que poderá acioná-lo a qualquer hora do dia, sem necessidade de cumprir horário comercial. Os direitos trabalhistas serão pagos proporcionalmente. Na última segunda-feira, dia 12, a reportagem antecipou que o projeto que regulamenta o trabalho intermitente pode ser votado, em caráter terminativo, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado na próxima quarta-feira (21).

O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, porém, disse ao Estado que essa questão ainda não está pacificada e que o governo só vai avançar naquilo que tiver “amplo entendimento” entre trabalhadores e empregadores.

A jornada intermitente vem sendo estudada como uma maneira de estimular a geração de empregos, mas encontra resistência entre movimentos sindicais, que apontam para a precarização dos direitos trabalhistas.

Segundo Nogueira, entre os temas em que já há consenso está a de aumentar o prazo dos contratos temporários de 90 dias vai subir para 180, estabelecer a jornada parcial de 25 horas de trabalho, com direito a cinco horas extras, e da possibilidade de a convenção coletiva deliberar sobre a forma que a jornada semanal vai ser executada.

O anúncio dessas novas medidas será feito junto com a edição da medida provisória para transformar o Programa de Proteção ao Emprego em uma ação permanente do governo que passará a ser chamado de Programa Seguro Emprego. Não há consenso, porém, se essas outras mudanças serão feitas via MP ou projeto de lei.

 


Publicado em Política em foco, por Blog Política em Foco