Prefeitos iniciam Mobilização em Brasília.
Gestores municipais de todo o Brasil reiniciam em Brasília a Mobilização Permanente dos Prefeitos, na tentativa de rever o pacto federativo e a relação entre o Governo Federal e os municípios.
Diversos prefeitos do Rio Grande do Norte endossaram o movimento realizado ontem, incluindo o de Mossoró, Francisco José Júnior, presidente da Federação dos Municípios potiguares (FEMURN).
A mobilização começou às 9h, no auditório Nereu Ramos na Câmara dos Deputados, onde houve coletiva com a imprensa. Em seguida, todos seguiram para a Praça dos Três Poderes com o objetivo de manifestar a insatisfação pelo não cumprimento dos 0,5% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) que tinha sido previamente acertado.
Houve ainda reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e outra na Comissão Especial do Pacto Federativo com a presença dos parlamentares. Também houve reunião com o vice-presidente da República, Michel Temer. Ainda está sendo confirmado encontro com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
De acordo com Francisco José Júnior, a luta municipalista precisa se fortalecer ainda mais porque a crise chegou a um ponto muito crítico. “Os recuos nos repasses federais nunca foram tão grandes”, disse o prefeito que reclama estar perdendo cerca de R$ 5,5 milhões por mês em repasses. “Do jeito que vai, os municípios ficarão inviáveis. Não é à toa que tantos colegas estão com dificuldade de fechar até a folha de pagamento”, diz.
Estima-se que 30% das prefeituras do RN já enfrentam problemas com a folha de pagamento, fracionando o pagamento ou estendendo até o quinto dia útil. De acordo com o prefeito de Assu, Ivan Júnior, vice-presidente da Femurn, se o Governo Federal não mudar a atenção com os municípios, esse número pode subir para 100%. Pelo Brasil a crise já assola muita gente. Prefeituras do Rio de Janeiro, São Paulo e do Vale do Parnaíba, em Minas Gerais, por exemplo, têm tido dificuldade de pagar a folha desde janeiro.
“A situação está difícil, com a arrecadação em queda. Estou no quarto mandato e nunca estive assim. As receitas caíram e as obrigações estão todas no município. Os governos estaduais e federal estão passando tudo para nós”, lamentou o prefeito de Platina (SP), Manoel Possidôneo.
Publicado em Gazeta do Oeste, por Blog Gazeta do Oeste.