Sessão ‘certamente’ será questionada na Justiça, diz senadora.

por Antonio Daniel da Silva publicado 25/05/2016 08h55, última modificação 25/05/2016 08h55

A sessão que aprovou a alteração da meta fiscal “certamente” será questionada na Justiça, afirmou a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), logo após a votação, que terminou na madrugada. “Nunca vi uma sessão tão recheada de ilegalidades”, disse ela. “Espero que a gente tenha ainda a Justiça para contar”.

A senadora afirma que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que conduziu os trabalhos da sessão do Congresso, “atropelou” a minoria durante a votação. Uma das medidas mais criticadas pela oposição foi o fato de Renan não considerar que as sessões terminavam e recomeçavam a cada quatro horas.

Com isso, os oposicionistas, que tentavam obstruir a votação, ficaram impedidos de solicitar, a cada sessão, o tempo de discurso reservado aos líderes. “Dava uma confusão quando a oposição pedia ‘painel de novo’. Ele não teve nem resposta. Foi-se renovando (a sessão) automaticamente. Isso não existe”, disse.

Segundo ela, o resultado foi “bastante grave”. “Hoje vai ficando claro que há de fato toda uma articulação para desgastar a presidente Dilma e impedir que ela governasse e criar o clima para eles fazerem o que eles estão fazendo”, disse.

Para o deputado Afonso Florense (BA), líder do PT na Câmara, foi aprovado um cheque em branco para o governo provisório, com aumento significativo de déficit com projeção de frustração de arrecadação futura. “Ele projeta uma frustração de receita e aumenta a previsão de déficit. Ao mesmo tempo, no novo texto, retira-se a obrigatoriedade de pagamento do SUS, do PAC, das Forças Armadas, de transferências para os estados, etc”, disse.

 

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